quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Resenha: Dois Garotos Se Beijando

Titulo: Dois garotos se beijando

Autor(s): David Levithan
Ano: 2015
Onde encontrar:Amazon
Número de páginas:222
Resumo: Baseado em fatos reais e em parte narrado por uma geração que morreu em decorrência da Aids, o livro segue os passos de Harry e Craig, dois jovens de 17 anos que estão prestes a participar de um desafio: 32 horas se beijando para figurar no Livro dos Recordes. Enquanto tentam cumprir sua meta — e quebrar alguns tabus —, os dois chamam a atenção de outros jovens que também precisam lidar com questões universais como amor, identidade e a sensação de pertencer. 




Oi gente, a resenha de hoje é sobre um livro que eu li faz um tempo já, então vamos lá. Apesar da sinopse deste livro falar que ele é baseado em fatos reais, o autor em nota ao final do livro afirma que os personagens (e detalhes destes personagens) são fictícios. Tanto é que o beijo que acontece no dia 18 de setembro de 2010 demorou mais tempo do que o beijo ilustrado no livro. Ok, fatos explicados então vamos a estória do livro.

Na realidade o livro ele começa e termina com o beijo entre Harry e Craig e o livro termina com o final deste beijo também de 32 horas. Mas apesar disto não temos apenas Harry e Graig como casal dos livros, temos mais dois casais, um adolescente bem solitário e vários personagens secundários. Mas eu acho que o grande trunfo de David Levithan neste livro é o de que os casais do livro estão em um momento diferente, passam por situações diferentes e não necessariamente se conhecem. Já que é assim, então vou dividir esta resenha entre os casais,  mas é claro sem spoilers.

Harry e Craig, são ex namorados e resolvem bater o recorde de beijo mais logo e entrarem para o Guinnes Book (mesmo depois de terem terminado o namoro). E com toda a coragem e apoio de alguns amigos revolvem realizar o beijo ao ar livre e transmiti-lo online . O que na realidade acaba tendo uma repercussão muito grande, não apenas na cidade deles mas para todo o mundo, então eles acabam sofrendo algumas retaliações e também apoio de pessoas que eles nem mesmo conhecem. E no inicio acreditamos que por trás de tudo isso existe uma esperança de algo romântico por parte de um dos casais, mas depois percebemos que o motivo é bem mais nobre e menos egoísta do que isso.

Peter e Neil, estes são um casal de namorados. Eles se gostam, possuem uma rotina, planos para o futuro e também são bem diferentes (como quase todos os casais de namorados, né). Os dois estão passando pela a adolescência e estão descobrindo gostos próprios, ideologia e sonhos. Eles não conhecem Harry e Craig, mas passam também por questões de auto afirmação e uma perspectiva diferente de suas identidades, eu diria que é mais ou menos a fase do amadurecimento individual. O que na verdade depois deste amadurecimento pode fazer com que eles continuem com o seu caminho juntos, ou não.

Avery e Ryan, são um casal mas não definitivamente ainda, por que no livro eles estão apenas se conhecendo. Eles possuem uma grande tensão de expectativas e inseguranças os rodeando, é um romance que ocorre de uma forma bem lenta e natural. Principalmente por causa de muitos medos e receios por parte do Ryan que é transexual, eles vão se conhecendo aos poucos de uma maneira bem suave, quase doce na verdade. Se eu tivesse que eleger um único polo romântico neste livro, com certeza é este.

E por último temos também Cooper, que é alguém na realidade bem triste e sozinho. Ele é o personagem do livro com conflitos internos mais difíceis de se resolverem principalmente por que o seu ambiente externo não ajuda em nada. A principio Cooper possui uma vida um pouco vaga e desanimada, sentindo um vazio dentro de si e passando as noites em claro criando identidades falsas em seu computador, mas as coisas para ele podem piorar um pouco mais...

Bem espero que eu não tenha revelado nada demais do livro. David Levithan escreve de uma forma simples e bem melodramática, com parágrafos, versos e frases repletos de sentimentos ele vai muito além do que os personagens centrais do livro. Este livro não é separado por capítulos e também não tem o ponto de vista de apenas um personagem, é um narrador observador (mas por vezes sabemos o que cada personagem pensa). Em alguns momentos do livros voltamos para uma época um pouco mais sombria, em que o amor precisava ser "escondido" e nestas partes encontramos um saudosismo latente.

Não sei se consigo explicar bem a mensagem deste livro sem revelar nada. Este livro fala sim de amor e coragem, mas também fala sobre preconceitos, injustiças e intolerância de uma forma que por mais que eu posso compreender, mas nunca a compreenderei da mesma forma que o autor (o que me torna na realidade uma das piores pessoas para falar sobre este livro). Se eu gostei do livro? Sim é claro, gostei mais do que eu imagina-se. Se eu indico esse livro? Sim, é claro, não importa se é homem, mulher, gay, hétero, lésbica, transexual, etc. Porque? Bem esse livro fala de algumas coisas universais, mas fala principalmente de amor, e com base nisto vou pegar um trecho do livro da Lisa Genova em Para Sempre Alice para tentar transmitir o que eu senti ao final do livro e encerrar esta resenha.

"-_ E então, o que você está sentindo?
_  Estou sentindo amor. É sobre o amor."
                         (Para Sempre Alice - Lisa Genova)

 
 

 

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